segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Relações

Ontem foi o Aniversário da minha amiga A. Admiro-a muito. Tem tido uma vida complicada. Um ex que é uma besta e que por azar é pai dos filhos. Apostou num negócio que a deixou descalsa até ao pescoço e que, infelizmente, não vingou. Há um ano atrás foi-lhe detectado um linfoma, que felizmente, e após algumas sessões de radio e quimioterapia e muita medicação está sobre controlo. Pelo caminho, separou-se do namorado com quem estava há 6 anos. 
Como estava a dizer, ontem foi o aniversário dela. Gostei de a ver, como de costume, com uma força e vida extraordinárias. A falar pelos cotovelos, como sempre. Perguntei-lhe como se estava a aguentar, disse-me que bem, mas que lhe está a custar muito a ausência do G. Fiquei a pensar, realmente deve ser bem mais fácil separarmo-nos de uma pessoa que já nada nos diz, do que chegar à conclusão que, apesar de amarmos muito uma pessoa, não conseguimos ser felizes com ela. 
Até aos meus 20 e poucos anos acreditava sinceramente na história do amor e uma cabana. Acreditava que o amor superava tudo. Acreditava que bastava amar verdadeiramente e tudo o resto se resolvia. Infelizmente, ao longo dos anos tenho vindo a acreditar cada vez menos nessa história. Cada vez vejo mais casais que se amam mas não conseguem ser felizes juntos. É uma coisa estranha, mas muito comum. Acredito que deva doer muito chegar a uma conclusão dessas e que seja ainda mais difícil pôr um ponto final numa história assim, caminhar em frente, partir para outra, quando a maioria das lembranças boas se sobrepõem às más.
Por um lado é bom que acabem por restar "quase" só as boas lembranças, por outro lado deve-se ficar com uma sensação de fracasso. Fracasso, no sentido de se pensar que se ainda se ama, se calhar se tivéssemos lutado mais um bocadinho, talvez as coisas resultassem. Não sei, isto sou eu a divagar. No caso dela, por muito que gostassem um do outro não dava mesmo. Estavam a magoar-se muito e quando assim  é não vale mesmo a pena. Lá se foi mais uma história de amor. É estranho não os ver juntos, mas sinceramente acho-os mais serenos hoje, longe um do outro.

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