terça-feira, 30 de julho de 2013

Sic Vs Tvi

A Tvi já ganhou, é o que eu tenho a dizer. A Sic bem se fartou de fazer programas para tentar matar celebridades, mas nenhum chegou tão perto como a Tvi. Ao que parece há por aí um toureiro que está em coma depois de ter participado num programa da Tvi, e a coisa nem sequer meteu touros. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Memórias

Das memórias mais doces que se mantêm na minha cabeça, são aqueles dias intermináveis de Verão em que o calor era tanto, que nos refrescávamos com a mangueira. As noites, também elas quentes, eram passadas no terraço dos avós a contemplar as estrelas. Foram tantas as vezes em que o avô Eduardo disse que aquela era a Ursa Maior e a outra a Ursa Menor, tantas as vezes que disse que aquela mancha que víamos todas as noites era a estrada de S. Tiago, tantas as vezes que disse que se a lua estivesse com as pontas viradas para cima não choveria de certeza, mas que se estivessem viradas para baixo, no dia seguinte não escapávamos a uma bela molha. Mostrava-nos a lua como o desenho de uma malga, se a malga estivesse para cima estava a amparar a água e não choveria, no entanto, se estivesse mais entornada, começaria a deixar cair a água. Era linda a maneira como nos ensinava estas coisas dia após dia, ano após ano. E nós crianças irrequietas, como todas as outras, parávamos, deitávamo-nos no chão a olhar para o céu como se estivéssemos a ouvir aquela história pela primeira vez. E os olhos verde-água do avô Eduardo brilhavam tanto como as estrelas, enquanto olhava para nós, ali estendidos pelo chão do terraço.
Ainda sinto o cheiro do leite acabado de ordenhar, de cada vez que entro na casa dos avós. O cheiro a bolo acabado de fazer, o cheiro a chouriço assado. Ainda vejo a casa cheia de crianças a correr, a gritar, a chamar pela avó Tividade, a pegarem no cão e nos gatos ao colo, a dar comida às galinhas, a fazer festas ao burro e a perguntar quando é que podíamos ir andar de carroça. Lembro-me do baloiço feito com uma tábua e uma corda na pernada mais forte da nogueira do quintal, que resistiu até há bem pouco tempo, enquanto alguns diziam ao avô que devia cortar aquela pernada, que estorvava o caminho. Bastava cruzarmos os olhos de carneirinhos com os olhos do avô Eduardo, para ele gritar bem alto que a nogueira não iria sair dali e muito menos aquela pernada. "E depois onde penduramos o baloiço dos miúdos?"
Tenho pena que tempos destes não se repitam. Tenho pena de ainda não ter filhos e de não poder estar com eles deitada no chão do terraço do avô Eduardo a ouvir estas histórias. Tenho pena de não ter de ralhar com a avó Natividade por ela estar sempre a fazer as vontades todas aos miúdos.
Tenho saudades, mas isso é bom. Ter saudades, é ter memórias, é ter vivido coisas boas, é conseguir ainda sentir cheiros que jamais esquecemos e não conseguimos descrever, é ter sido muito amado, é ter amado muito e ter a certeza que jamais nos roubarão as nossas memórias e os momentos que passámos juntos. Hoje é dia dos avós. Só já tenho a presença viva da avó Natividade, mas tenho-vos a todos no coração e a certeza que caminham e continuarão a caminhar sempre a meu lado. Feliz dia dos avós.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Para Ti


"São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas importantes e as preocupações maiores sejam de facto mais pequenas. São as pessoas como tu que dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e fazendo do inverno uma estação de rosas rubras.
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo." 

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Coisas que já Sei


    "Nada é permanente, excepto a mudança"

                                                    Heráclito

terça-feira, 9 de julho de 2013

Eu Não Diria Melhor



"A vida é má e imprevisível, é uma puta, mas ao mesmo tempo é linda. É preciso aceitar essa ambiguidade."


Miguel Esteves Cardoso

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Guerreiro Pacifico

Fim-de-semana de 40º à sombra e o que é que eu fiz? Fui para a praia? Para a esplanada. Fiquei no terraço a apanhar banhos de sol? Nãh. Fechei-me em casa com as janelas e portas todas trancadas, não fosse algum raio de sol atingir-me, e tentei mexer-me o menos possível. Só costumo fazer estes fins-de-semana de "retiro" no Inverno, naqueles dias de chuva, nevoeiro, vento...nem parece meu fechar-me em casa com o sol a raiar lá fora, mas não consegui. Ando cá com uns calores, que até já consigo tomar banho de água fria.
Isto tudo para dizer que vi este filme e recomendo muito.
Moral da história? O que mais importante é a viagem e não o destino.



quinta-feira, 4 de julho de 2013