quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Presente

Hoje estávamos na tagarelice no escritório, mas a trabalhar ao mesmo tempo, sim porque somos mulheres e conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo na perfeição. Como estava a dizer, estávamos na tagarelice a falar de miúdos e de como hoje têm tudo e começamos a falar dos bonecos que tinhamos tido. A R. tinha tido uma Barbie, não era a que ela queria, mas era a que os pais podiam comprar. A CMS. teve duas, mas acho que não lhes ligava grande coisa. Eu tive duas também, oferecidas pelo Pai-Natal da empresa onde a minha mãe trabalhava. O primeiro ano em que recebi a Barbie até fiquei contente, afinal todas as minhas amiguinhas tinham umas 10 cada uma e eu não tinha nenhuma. No ano seguinte, o mesmo Pai-Natal voltou a oferecer-me uma Barbie, desta vez era a Barbie Hawai ou coisa que o valha. A minha mãe diz que nunca se irá esquecer do meu ar de desilusão quando recebi a Barbie pelo 2º ano consecutivo. Pelos vistos virei-me para o Pai-Natal e disse: "Outra Barbie?" Ele lá me tentou convencer que aquela era diferente da outra que me tinha dado no ano anterior, mas não me convenceu. Fiquei a olhar para ele e a penar: tá bem, tá bem!
Mas O presente que mais gostei e que mais me marcou até hoje, foi um bebé chorão. Aqueles carecas com a cabeça, os bracinhos e as perninhas de borracha, que cheiravam tão bem. Tinham uma chucha e quando a tirávamos ele chorava. O meu era um menino. Também havia a menina que tinha um penacho na cabeça com um lacinho, mas o meu era um rapagão. Lembro-me de desatar a chorar (já era muito sensível na altura) quando peguei no embrulho e a chucha do boneco saltou. O embrulho começou a chorar e eu vi logo o que era. Chorei e disse, ainda com o boneco embrulhado: "Era mesmo isto que eu queria". Baptizei-o de João e foi o único boneco que não dei. Já não tenho as Barbies que dei à minha afilhada e já não devem ter cabeça, claro. Dei também todos os outros bonecos menos um macaco de peluche que metia os dedos no nariz, nos ouvidos e na boca. Esse dei-o ao meu cão na primeira noite em que foi lá para casa. Já passaram 11 anos e ele ainda o tem, já não está em muito bom estado, mas ainda sobrevive.
Quanto ao João, ainda está em casa dos meus pais com fralda e tudo. Este foi sem dúvida O Presente!!

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