Finalmente fui ver "A Gaiola Dourada". Depois de ter lido muitas críticas ao filme, umas boas, outras nem por isso, a minha curiosidade ficou ainda mais aguçada et voilá...Adorei.
Li algumas coisas que diziam que era um filme a gozar com os emigrantes. Li outras que diziam que os emigrantes que saem agora do país não são tão broncos, nem tão saloios. Li ainda que o filme era uma afronta aos portugueses e que nós portugueses não devíamos gostar do filme porque mais uma vez era um filme que nos rebaixava, que gozava connosco e que não nos devíamos contentar com este tipo de descrição do nosso querido povo.
Enfim, o que eu tenho a dizer sobre este filme, apesar de não ser crítica de cinema, é que este é um retrato real dos nossos emigrantes que saíram do país nos anos 60 e 70 e não dos emigrantes que saem agora. E desculpem-me lá os pseudo-intlectuais, mas este é um filme muito real. Digo-o eu, que não sendo crítica, tenho uma grande parte da família que é ou já foi emigrante. E sim, não são pessoas com muitos estudos, não são doutores, nem engenheiros, mas saíram do país para darem uma melhor educação aos filhos, para lhes proporcionar uma vida melhor e com mais oportunidades do que aquelas que eles algum dia tiveram. E conseguiram. Não é essa também a intenção dos que agora saem? Sim, já não sabem falar muito bem a língua de origem, nem mesmo a língua do país onde vivem. É verdade que metem palavras portuguesas pelo meio de uma conversa em Francês, principalmente quando estão irritados e precisam de expressar, sem enganos a sua ira, mas a maioria deles conseguiu, conseguiu educar os filhos, proporcionar-lhe aquilo que eles próprios nunca tiveram. E este filme é apenas um retrato fiel que espelha a vida de centenas de famílias de emigrantes espalhadas por esse mundo fora, ou não fosse o argumentista e realizador do filme, ele próprio, filho de emigrantes portugueses.
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