terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Ana
Perdi-te há uma semana. Ainda me parece mentira. Fiquei estática quando recebi a mensagem dos teus filhos a informar-me do sucedido. O cabrão do cancro desta vez levou a melhor, nem te deu tempo de reagires. Nunca falaste na morte, nunca puseste sequer essa hipótese e nós também não. Não te venceu a primeira vez e não te venceria uma segunda, pensávamos nós e pensavas tu. Queria ter sido mais forte quando cheguei ao pé dos teus filhos e eles choraram no meu ombro. Não consegui e desfiz-me com eles. A M. tinha os teus anéis nos dedos, o R. estava rodeado de amigos. Quando te vi apeteceu-me agarrar-te nos ombros, dar-te um safanão e dizer-te para te deixares de merdas e acordares. Estavas linda, como sempre, com a bandolete que o R. passou a noite a tentar ajeitar-te no teu dia de anos. O pai dos teus filhos, não os largou um minuto. Fiquei um bocadinho mais descansada. Uma das gémeas disse algumas palavras sobre ti. Fez-nos chorar de saudades. Tinha imensas novidades para te contar e não tive tempo. Agora vais ter de ir espreitando por entre as nuvens para veres o que ando a fazer. Não me despedi de ti nem vou fazê-lo. Tenho a certeza que nos vamos encontrar por aí algum dia. Fico muito grata por os nossos caminhos se terem cruzado a determinada altura das nossas vidas e pelo destino me ter proporcionado a sorte de te conhecer melhor e de te tornares numa das minha melhores amigas. Tenho saudades tuas. Até logo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário